Review: Jay-Z and Kayne West – Watch The Throne

Demorou um pouquinho mas saiu a nossa review do Watch The Throne. O fato é que eu nunca entendi muito bem qual era a desses hipsters que curtem rap e desses rappers que se vestem como hipsters. Rap/hip-hop nunca foi bem a minha área, até que o querido Kanye West surgiu com o Kid Cudi na minha vida e tudo mudou. Ou quase. Meus conhecimentos de rap continuam sendo ridículos e se eu falar alguma bobagem nesse texto, não liguem. Pra mim o Jay-Z e o Kanye sempre tiveram duas linhas bem diferentes de rap, o primeiro sendo bem mais duro, cru e o segundo um pouco mais melódico, pop, mais relacionável com o meu mundo musical. Mas, uma coisa sempre me foi certa, se existiam duas pessoas pra fazer um “golden record” seriam eles. Tudo que os dois tocam a mão vira ouro imediatamente. Watch The Throne é isso, uma mistura de samplers, ritmo e puro verbo.Pra mim a escolha dos samplers já mostra quão inteligente a dupla é, afinal, quais outras pessoas fariam um rap bling-bling pesadão, “me ma niggas ‘n’ ma bitches”, mas com uma ópera e um piano no final, misturados na batida anterior? Essa é ‘H*A*M’, uma das músicas mais pesadas do disco.Mas a mistura de estilos continua em todas as faixas do album, com destaque para Otis, que pega ‘Try a Little Tenderness’ do Deus Otis Redding e coloca em uma das melhores batidas dos ultimos tempos. Você pode achar que ninguém usa uma musica do Otis e sai ileso, mas, bem, Jay-Z e Kanye saíram e ainda fizeram um clipe digno. Indico pras baladas no mundo inteiro. “What more can I say?”

‘Why I Love You (Feat Mr. Hudson)’ poderia ser confundida com uma música de mais uma banda electro-indie dessas muitas que tem por aí, não fosse pelo Jay-Z. De todas essa é a que a indiezada por aí mais vai gostar, provavelmente. Outra que vai tocar na Funhouse logo mais, aposto.

O cd começa com ‘No Church In The Wild (Feat. Frank Ocean)’ a mais dark e com melhor letra. Em seguida temos a DIVA Beyoncé em ‘Lift Off’, uma clássica composição rapper-diva com a Bey cantando o refrão “We’re gonna take it to the moon, take it to the stars. How many people you know can take it this far?”. Mas até mesmo essa música contém um sampler da contagem regressiva para o lançamento de um ônibus espacial.

‘Niggas in Paris’ já virou minha favorita. A introduçãozinha vai grudar na sua cabeça para sempre, você nunca mais vai conseguir dormir sem cantarolar as letras. É rap puro. Achei que não ia gostar mas, wow, devo admitir, me apaixonei por essa música. Já dancei loucamente, cantei junto, ri das piadinhas (“I don’t even know what that means” “No one knows what it means, but it’s provocative”), tentei decorar a letra e comentei sobre ela com todo mundo que eu conheço. Acho que essa está correndo lado a lado de Otis como melhor música do cd.

Em geral acho que a dupla foi bem sucedida e fez meu gosto por rap crescer um pouquinho mais. Acho que graças ao The Throne eu finalmente entrei pro grupo de hipster que curtem rap. Ou pelo menos pro grupo de hipster que curtem Kanye West e Jay-Z.