The Jesus And Mary Chain – Psychocandy
Psychocandy é o primeiro álbum de estúdio do The Jesus And Mary Chain, que trouxe as guitarras distorcidas pra música pop. Tendo como influencia as bandas Einstürzende Neubauten (industrial alemã), The Shangri-Las (grupo pop feminino) e Velvet Underground & Nico (dispensa apresentação), The Jesus And Mary Chain desenvolveu uma musicalidade única, sendo uma das maiores representantes do noise pop. A fórmula utilizada pela banda na criação de Psychocandy foi utilizar elementos do noise rock (guitarras distorcidas, drones e a atitude) e misturá-los com características pop, como letras grudentas e facilmente identificáveis. Cut Dead, Taste Of Cindy e The Hardest Walk causavam dor de cabeça em qualquer pai preocupado com o filho trancado no quarto ouvindo a banda. Já em “Taste the Floor” e “Some Candy Talking” temos o lado mais melódico e pop da banda. Psychocandy foi um dos pilares da música alternativa e inspiração para o shoegaze, que teve seu auge nos anos 90.
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Simple Minds – Once Upon A Time
Já popular no Reino Unido e Europa, foi com “Don’t You (Forget About Me)”, presente na trilha sonora do sucesso absoluto dos anos 80, The Breakfast Club (Clube dos Cinco), que o Simple Minds consolidou sua fama nos Estados Unidos. A canção, um dos maiores hits da década, foi deixada fora do álbum deliberadamente, que mesmo assim emplacou quatro singles nas paradas: “Alive and Kicking”, “All the Things She Said”, “Sanctify Yourself” e “Ghost Dancing”. Once Upon A Time finalmente conseguiu captar a energia crua e a composição enxuta da banda, que com suas batidas synth-pop e os vocais característicos de Jim Kerr tornou o disco trabalho mais sólido do Simple Minds.
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The Smiths – Meat Is Murder
O segundo álbum de estúdio do The Smiths mostra amadurecimento em relação ao primeiro álbum e marca a transição de sonoridade e letrismo pela qual a banda passaria em sua curta carreira. A temática da violência é abordada em quatro das nove faixas do disco: “Meat Is Murder”, música título do álbum, trata a violência com os animais; “The Headmaster Ritual” aborda a violência nas escolas de Manchester, “Rusholme Ruffians” a violência em feiras de diversão e “Barbarism Begins at Home”, como o próprio título já diz, violência doméstica. Pode-se perceber o crescimento musical da banda que tornou-se mais politizada e que tinha entre seus alvos a monarquia, a administração de Thatcher e seus contemporâneos musicais. Com apenas quatro álbuns de estúdio e uma carreira de cinco anos, o The Smiths conseguiu deixar um legado indispensável e se tornou a maior representante do rock alternativo dos anos 80.
https://www.youtube.com/watch?v=_QTL8gYdc8M
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Aretha Franklin – Who’s Zoomin’ Who?
A Rainha do Soul, Aretha Franklin, conseguiu com Who’s Zoomin’ Who? agradar tanto a crítica quanto o público. O single “Freeway of Love” rendeu à cantora o Grammy de Best Female R&B Vocal Performance e alcançou o topo das paradas, sendo um dos maiores na carreira da cantora. A voz poderosa e inconfundível de Aretha ressoa nas faixas com pegada mais R&B do álbum, como “Sweet Bitter Love” e “Until You Say You Love Me”; e se torna envolvente nas músicas dance: “Push” e “Sisters Are Doin’ It for Themselves”, que conta com a participação do duo britânico Eurythmics. Com uma carreira secular como a de Aretha, é fácil identificar a importância de cada obra individualmente: Who’s Zoomin’ Who? mostra o poder e a sensualidade feminina, tanto nas baladas quanto nas canções que ecoaram pelas pistas de dança nos anos 80.
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The Replacements – Tim
Havia muita expectativa acerca do sucessor de Let It Be, álbum que colocou o The Replacements no foco da crítica. A banda não decepcionou. Tim é uma verdadeira obra prima, que captou a alma da banda e de seu público, simultaneamente. Produzido pelo lendário Tommy Ramone, baterista original dos Ramones, o disco é uma das evidências de que nos anos 80 rock alternativo fervilhava, apesar de lutas ferrenhas pelos holofotes por parte de outros gêneros musicais e até outras vertentes do rock. A mídia apostava em peso na banda, que não se sentia confortável com aquele tipo de exposição. Seus videoclipes não eram “MTV material”, suas apresentações em programas consistiam na banda tocando embrigada, com Paul Westerberg bradando palavrões, na maior atitude punk rock. Apesar disso, a banda se consolidou na cena alternativa, onde causou grande impacto e Tim – com suas canções que falam pela geração (“Hold My Life”, “Bastards of Young” e “Left of the Dial”), suas baladas melódicas e ainda assim recheadas de ironia (“Swingin Party” e “Kiss Me On The Bus”) – é o grande responsável, já que foi o primeiro álbum da banda com uma grande gravadora, o que fez com que a banda fosse ouvida por um maior número de pessoas, mesmo que incompreendida.
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R.E.M. – Fables of the Reconstruction
O terceiro disco do R.E.M. se distanciou do proposto em seus sucessores. Fables of the Reconstruction é um álbum sombrio. Apesar de ter sido o único disco da banda a ter sido gravado fora dos Estados Unidos (foi gravado na Inglaterra), a influência folk do produtor Joe Boyd misturada com o rock alternativo da banda criou uma atmosfera folk psicodélica, com uma concepção southern gothic, que fala de personagens repletos de falhas, situações grotescas e sinistras. “Can’t Get There From Here” é o ponto de luz nessa estrada rústica e temperamental que a banda percorre ao longo do álbum; sua presença chega a ser cômica, quase como um interlúdio para dar ao ouvinte uma chance de recuperar o fôlego. O R.E.M. foi uma das pouquíssimas bandas de rock alternativo que alcançou sucesso comercial pleno nos anos 80 (com Document, de 1987), mas a fase pitoresca da banda em Fables of the Reconstruction é muito mais atrativa.
https://www.youtube.com/watch?v=ozdrFAnPrZ4
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Dire Straits – Brothers In Arms
Distanciando-se do apresentado no antecessor Love Over Gold, Brothers In Arms foi uma verdadeira metralhadora de hits pop-rock, que ainda contava com o trunfo que era o videoclipe animado de “Money For Nothing”, colaborando ainda mais com o sucesso de vendas. A linha rítmica e chiclete de “Walk Of Life” é reconhecida por qualquer pessoa que tenha um par de orelhas em funcionamento, provando que a lapidação pop da banda funcionou muito bem. “Your Latest Trick” e “Ride Across The River” possuem batidas mais criativas e roots, sendo as faixas mais relevantes do disco.
https://www.youtube.com/watch?v=2o_sAhgacjc
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