Já se encontra nos meandros da internet o rockumentary de 2016, Supersonic, sobre o Oasis. Doczinho chapa-branca, onde os próprios irmãos Gallagher são os produtores executivos. O fato de ser chapa-branca não significa ser desinteressante. Pelo contrário. A película é recheada de histórias interessantes, ilustradas por cenas de bastidores. Algumas inéditas e outras retiradas de entrevistas, em declarações polêmicas que foram amplamente divulgadas na época.
O ritmo é incessante e falastrão, tal como a banda de Manchester, a maior do mundo na época. Ao menos segundo eles próprios. O documentário é certeiro em causar nostalgia. Seja você um fã ou não do Oasis. A narração começa e termina em 1996, no show que a banda fez em Knebworth para 500 mil pessoas, 250 mil em cada dia, onde mais de dois milhões de pessoas tentaram comprar ingressos. A máquina propagandista é boa. Te coloca no humor para um show do Oasis. Mad for it. Estes caras não são bobos. Quero nunca mais escrever se eles não estiverem preparando uma turnê de retorno até 2019.
Em resumo, o documentário é bom pelo mesmo motivo que o Oasis é: sabe entreter com a música e com as declarações. Selecionamos algumas.
Idas e vindas
“Eu saí da banda uma vez, por algumas semanas. Não deveria ter voltado. Maior erro que eu já cometi foi ter voltado. Porque Morning Glory teria sido meu primeiro álbum solo. E eu teria ganho dinheiro pra caralho.” Noel Gallagher
Noel depois da demissão do primeiro baterista Tony McCarroll, em entrevista para a MTV
“Bateristas são realmente fedorentos. Inúteis, perdedores sem talento, cara. Quero dizer, imagina ter um emprego onde você bate nas coisas todos os dias. Eu achei que os orangotangos faziam isso, não é? Gorilas e macacos fazem isto. Eles apenas batem coisas, como batem tampas de lixo nas próprias cabeças e tudo isso.” Noel Gallagher
Sobre a primeira saída do baixista Guigs
“Ele estava sofrendo de exaustão nervosa hahaha… como fazem as estrelas do rock. ‘Meus nervos estão exaustos.’ Ou: ‘Minha exaustão está me deixando nervoso’, eu não sei. Eu nunca tive isso. É uma coisa engraçada.” Noel Gallagher
Sobre a saída do baixista que substituiu o baixista
“E ele disse estas palavras: ‘Estou sentindo falta do meu pássaro.’
Você ri, enquanto pensa:
‘Devemos ser o maior grupo de babacas do mundo, porque o nosso companheiro está sentado em casa assistindo o cricket e não quer estar em uma banda conosco. Este maldito palhaço aqui, que está desempregado na Inglaterra também não quer!’
Quero dizer, nós somos os três maiores cuzões do mundo?” Noel Gallagher
“Você sabe, há pessoas que servem para isso. E há pessoas que não servem.
Ele pode ter pensado: ‘Quer saber de uma coisa, isto não é para mim.’
É isto ou ele tinha um pássaro massa pra caralho.” Liam Gallagher
Sobre a atitude
“Nós estávamos adquirindo uma reputação. Como esses meninos maus do rock ‘n roll. Isso tudo é fodidamente massa, mas podemos falar sobre a música primeiro?” Noel Gallagher
“Acho que qualquer banda vale o seu sal. Não se trata apenas de música. Se você não tem esse tipo de comportamento e você tem apenas grandes músicas, então você é chato pra caralho. No que me diz respeito é sobre ambos. Quando ambos se juntam, você terá grandeza.” Liam Gallagher
Sobre o momento no meio dos anos 90, especialmente os shows em Knebworth para 500 mil pessoas, em 1996.
“Era a era pré-digital, pré-show de talentos, pré-reality show na TV.
As coisas significavam mais. Foi apenas um grande momento para estar vivo. Foi um ótimo tempo para estar no Oasis. Estávamos prestes a entrar em uma cultura baseada em celebridades. E eu sempre pensei que foi o último grande encontro das pessoas antes do nascimento da Internet. Não é coincidência que coisas assim não aconteçam mais.” Noel Gallagher
Sobre o Oasis
“Se tivéssemos sido donos de peixaria, nós teríamos ainda batido um no outro com trutas de vez em quando.
Eu acho que é como uma luta. Nós éramos como uma merda de banda do Mike Tyson, você sabe o que quero dizer?” Liam Gallagher
“Tudo o que aconteceu é que pegou fogo.
E todas essas pessoas vieram a bordo. E as pessoas nunca, nunca, nunca esquecem a maneira que você as fez sentir.
Há uma química entre a banda e o público. Há algo magnético desenhando os dois um para o outro.
O amor, e a vibração. E a paixão e a raiva. E a alegria que vem da multidão. isso era o Oasis.” Noel Gallagher
https://youtu.be/cxcfcuUcBHw
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