10 curiosidades sobre o Joy Division

Em seu livro Joy Division – Unknown Pleasures, o baixista Peter Hook conta em detalhes o surgimento e ascensão do Joy Division, uma das bandas mais influentes de todos os tempos. Apesar de seu curto período de existência, a banda passou por grandes adversidades antes de se tornar o que é hoje: lendária.

Através da biografia escrita por Hook, selecionamos dez curiosidades sobre a banda.

01. Peter Hook e Bernard Sumner decidiram formar uma banda após um show do Sex Pistols, em 1976. Logo depois Ian Curtis se juntou à banda, que passou por grandes dificuldades para encontrar um baterista, até conhecerem Stephen Morris, em 1977.

O ingresso de Peter Hook para o show dos Sex Pistols, em 1976.

02. Inicialmente, a banda se chamava Warsaw (Varsóvia), mas teve que mudar de nome por causa do surgimento de um outro grupo, chamado Warsaw Pakt. Ian Curtis teve a ideia de rebatizar o grupo com o nome Joy Division, que ele tirou da obra A Casa das Bonecas, de Yehiel De-Nur.

03. O primeiro EP da banda, An Ideal for Living, foi inicialmente lançado (de forma independente) em 7 polegadas e continha as faixas “Warsaw”, “No Love Lost”, “Leaders of Men” e “Failures”. A quantidade de faixas era muito grande para o formato (coisa que os rapazes não sabiam na época), o que fez com que a qualidade do som fosse comprometida. A capa do EP foi feita pelo guitarrista Bernard Sumner e trazia um membro da Juventude Hitlerista tocando tambor.

04. O primeiro ataque epilético que Ian Curtis sofreu foi quando a banda voltava de seu primeiro show em Londres, em 1978. Ian só foi diagnosticado como epiléptico no dia 23 de janeiro de 1979.

“Durante a viagem de volta do show houve uma pequena discussão no carro. Desconsolado com a apresentação daquela noite, Ian estava falando em sair da banda, e então arrancou de Bernard, gripado, o saco de dormir. Depois de envolver a cabeça com ele, Ian começou a se debater contra as portas e janelas: estava tendo um ataque.”

Ian desenvolveu um estilo de dança particular devido à epilepsia e muitas vezes o público não sabia se o cantor estava apenas dançando ou tendo um ataque.

Cena do filme Control (2007).

05. Quando estavam sendo investigados pelos fiscais de renda por causa do The Haçienda (clube de música fundado pelos membros do New Order e da Factory Records), os membros remanescentes do Joy Division foram multados em 20.000 libras por não fazerem recibos para vendas de camisetas da banda. O problema era que o Joy Division nunca havia feito nenhum tipo de merchandising. Sendo assim, foram a única banda já multada por não fazer as próprias camisetas.

06. Quando estavam em turnê com o Buzzcocks, as bandas faziam diversas pegadinhas entre si. Os Buzzcocks colocaram talco na bateria de Stephen Morris, enquanto os Joy Division pegaram um pouco mais pesado: colocaram larvas vivas no palco durante uma apresentação do Buzzcocks, sujaram seus ônibus de turnê com creme de barbear, além de colocarem ratos dentro e sujaram a equipe de apoio da banda com ovos.

07. Quando ouviram a versão final de Unknown Pleasures, Peter Hook e Bernard Sumner não gostaram do resultado. Peter achava que Martin Hannett (produtor do disco) havia tirado a agressividade do som. Anos depois, o baixista afirmou que agradece o trabalho que Hennett fez: eternizar o som do disco.

https://www.youtube.com/watch?v=BgoBRn2HQDo

08. Alguns fatos sobre as músicas de Unknown Pleasures:

“She’s Lost Control” foi escrita por Ian Curtis sobre uma mulher que sofreu um ataque epiléptico na frente dele, quando trabalhava em uma agência de empregos. A mulher veio a falecer posteriormente.

“Interzone” era, inicialmente, um cover da música “Keep On Keepin’ On”, que a RCA queria que a banda gravasse. O Joy Division reformulou a música totalmente e a rebatizou.

“I Remember Nothing” é uma faixa muito experimental: Martin Hannett adicionou sons de vidros quebrando e outros efeitos. Foi a primeira vez que a banda usou o sintetizador Transcendent 2000, construído pelo próprio Bernard Sumner.

09. Apesar de Unknown Pleasures figurar a maioria das listas de álbuns do ano em 1979, o Joy Division mal tinha dinheiro para se hospedar dignamente durante sua turnê europeia. Os membros da banda dormiam no ônibus da turnê, sujeitos ao frio e até chegaram a se hospedar em um prostíbulo.

10. Closer foi o segundo e último álbum do Joy Division. Gravado em março, o disco só foi lançado em julho, depois do suicídio de Ian Curtis, devido a problemas de tiragem. A capa do álbum contém uma fotografia feita por Bernard Pierre Wolff e consiste em um túmulo que fica no Monumental Cemetery of Staglieno, na Itália, escolhida pelos quatro membros da banda quando Ian ainda era vivo.