
Fotos: José Roberto Pereira/www.lineupbrasil.com.br
E é parafraseando uma música do Sonic Youth que eu começo a review de um show que não deve ser analisado, deve ser vivido. The Rapture tocando no Cine Jóia ontem a noite em São Paulo. Um show que foi direto para o topo da lista dos melhores shows que eu já vi e olha que, apesar da pouca idade, eu já vi alguns bons shows na minha vida. Um daqueles shows memoráveis, tipo aqueles que acontecem no Circo Voador e você fica morrendo de inveja por ter ido no morno de SP. Bom, o show do Rio ainda vai acontecer, mas o de São Paulo definitivamente não foi morno.
Talvez no começo, enquanto eu me descabelava e dançava como nunca dancei e criava inimigos na pista de tanto que me movimentava e todo mundo ao meu redor estava parado, só escutando. “In The Grace of your Love”, “Never Die Again”. Eu dançava, o povo morria de tédio. O que estava acontecendo? O público ia arruinar aquele ótimo show? Aí veio “Pieces of the People We Love” e a confirmação de que não, o público estava animado, só estava guardando as energias pro momento exato. E depois dalí, foi só dança, emoção, gritaria e felicidade.
O combo matador de “Pieces”, “Get Myself Into It”,”The Devil”, “Killing”, “Whoo! Alright – Yeah…Uh Huh” e “House of the Jealous Lovers” foi como correr uma maratona de tantas calorias queimadas em danças e pulos. Cine Jóia fervia, literalmente. A casa, que no começo da noite estava com o ar condicionado a mil, sofreu uma queda de energia típica do centro velho de São Paulo e teve que sacrificar 3 dos 4 ar-condicionados e duas maquinas de chopp em prol de um show sem erros. Escolha bem feita, porque o calor pode até ter gerado muito suor e roupas nojentas, mas de forma alguma atrapalhou o show.
Eu, que não tinha achado In The Grace of your Love o melhor cd da banda acabei gostando e muito das músicas ao vivo, elas se encaixaram perfeitamente no show e ficaram muito mais vivas. “Miss You”, “Sail Away”, “In The Grace”, “Never Die Again”, “How Deep is your Love”, todas foram lindas e ganharam outra cara ao vivo.
No geral, não tenho nada a dizer de ruim do show. Talvez eu ainda estaja vendo isso com o olhar deslumbrado de quem acabou de viver a coisa, mas certamente me lembrarei do Cine Jóia (excelente casa de shows, btw) e dessa apresentação pra sempre. E ficou dita também uma fala que espero que vire realidade, em parte, quando Luke Jenner disse que na próxima vez que voltar ao Brasil vai estar falando português. Na parte do português eu não acredito, mas a volta seria muito bem vinda.
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