Isso não é uma resenha do que aconteceu no 92 graus, pequeno bar em Curitiba com capacidade para 150 ou 200 pessoas, na chuvosa noite de terça-feira, onde o Beach Fossils fez um dos shows mais especiais que já acompanhei, parte da turnê do segundo álbum, Clash The Truth, o segundo da banda. Também rolaram músicas do primeiro disco e do EP What a Pleasure, lançado em 2011.
Apenas breves notas de uma noite memorável. A mensagem é: não perca este show. A banda ainda toca hoje no RJ e em SP no dia 06.
Noite redonda. A molecada continua na ativa sendo brilhante com a candidez de quem não sabe o que tá fazendo. Quer dizer, eles sabem… devem saber. Mas nós mais velhos gostamos de achar que eles não sabem. O que o Beach Fossils estava fazendo em cima do palco não é música, é mágica. É o motivo que me faz gostar de música. A busca pela excitação, a juventude eterna, é aí que a música desempenha o seu melhor papel. Quando é feito por moleques parece mais autêntico, como se fossem os donos, por natureza, desta energia.
Todas as músicas tocadas ao vivo soam maiores do que no disco, é tudo mais visceral, frenético, sujo. O guitar rock continua bem obrigado, renovando suas possibilidade e suas mentes criativas, apenas não é mais tão midiático quanto foi nos anos 90 ou nos 70. E pra ser honesto, é bem melhor assim, não pelo lance de exclusividade, isso é besteira. Mas apenas por poder assistir um show de perto, sem acotovelamentos, com a possibilidade de pegar uma cerveja, ir no banheiro, se assim desejar. A culpa não é do público, mas nós sabemos como as coisas funcionam, especialmente aqui no Brasil. Apenas desejo que tenha público suficiente para que essa cena continue existindo e consiga se sustentar. Estou fazendo a minha parte mantendo o blog e comprando o meu ingresso. =)
OS 5 MELHORES SHOWS QUE ASSISTI EM 2013, LISTA ATUALIZADA:
1. Nick Cave and the Bad Seeds
2. Deerhunter
3. My Bloody Valentine
4. Beach Fossils
5. Blur
Trinta e um anos e cada vez estou mais convencido de que não vi nada ainda. Existe muito espaço para a surpresa e até certo deslumbramento. Acontece.

“Uhh.. this is me singing, kind of”, disse o líder da banda Dustin Payseur, após detonar o verso do meu cd
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