
O som preciso do Foals, os riffs escandalosamente dançantes e indie, o setlist bem escolhido, o Cine Jóia e os videos-mapping brilhando na nossa cara
Esse texto era pra ter sido inicialmente enviado em julho de 2015 – depois em outubro de 2015 – e que se concretizou, de fato, só agora, no ano de 2016. A banda remarcou por DUAS (!!!) vezes a aguardada apresentação solo no Brasil, primeiro por conta da voz de Yannis Philippakis estar prejudicada, e, posteriormente, devido aos famigerados “problemas logísticos”, quando a banda cancelou São Paulo para fazer grandes festivais de verão nos EUA e Canadá.
LEIA MAIS: FOALS – discografia analisada
Por ora, já estive em 4 apresentações do Foals por aqui – a primeira no extinto e querido Festival Planeta Terra em 2008, quando a banda estava se apresentando ao mundo com seu álbum de estréia “Antidotes” – palco secundário, em galpão fechado numa antiga fábrica, som tava embolado, difícil de entender. Em outra, em uma apresentação curta na abertura do show do Red Hot Chilli Peppers no Anhembi, em 2011, já se apresentando com músicas do “Total Live Forever” – passou em branco, principalmente pelo público desconhecer a banda, ignorando o potencial da banda no palco. Já no Lollapalooza Brasil em 2013, a banda apresentou um setlist bem coeso (mesmo curto) e com o público ao seu favor, alcançou a melhor apresentação no Brasil até então, principalmente pelas músicas quentes do disco “Holy Fire“. Até então, porque agora eis que surge, sem sombra de dúvidas, a melhor de todas as performances: a do Cine Jóia.
Aos britânicos casam bem as particularidades desta apresentação: show solo, com público fiel e próximo a banda. Outro destaque fica por conta das projeções nas paredes do CJ, criando um clima que combina com o som, agora sim, potentíssimo; todos esses elementos fizeram parte de uma bela noite em São Paulo, na última quarta-feira (19).
Yannis começou a apresentação já se desculpando por todo esse tempo sem vir e imprevistos na turnê – desta vez na bagagem com álbum lançado ano passado, “What Went Down”, soando mais comercial porém ainda com o jeitão Foals.
Além dos destaques do novo trabalho, com “Mountain At My Gates” e “What Went Down” (com direito ao Yannis indo dar um rolê na pista e subir no balcão do apertado bar), o show foi marcado pelo ganho ainda mais pesado que músicas como “Inhaler”, “Late Night”, “My Number” e “Providence” soam ao vivo – especialmente esta última. O visual em “Spanish Sahara” também merece ser pontuado, assim como a empolgação do público. Mas, para quem se esbaldava de dançar ao som das festinhas indie do fim dos anos 2000, não podia faltar o quinteto essencial do primeiro disco, com “Olympic Airways”, “Cassius”, “Red Socks Pugie”, “Two Steps, Twice” e “Hummer” (pra acabar de vez com as energias, belo resgate!)
Uma grande noite? Sim, senhores. Pode chegar por aí outras vezes, Foals. Eis o setlist:
1-Prelude
2-Snake Oil
3-Olympic Airways
4-My Number
5-Cassius
6-Give It All
7-Mountain At My Gates
8-Providence
9-Spanish Sahara
10-Red Socks Pugie
11-Late Night
12-A Knife In the Ocean
13-Inhaler
Bis:
14-What Went Down
15-Hummer
16-Two Steps, Twice
**BÔNUS**
Da uma olhada no vídeo da performance de “Inhaler” que gravamos lá no Cine Jóia:
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