Céu emociona e Los Hermanos faz noite inesquecível no festival Lupaluna em Curitiba

LOS HERMANOS - CRÉDITOS VITOR AUGUSTO - 505

Los Hermanos se apresentou sexta-feira (18) no festival Lupaluna / Foto: Vitor Augusto

Aconteceu este fim de semana em Curitiba o festival Lupaluna, evento realizado pelo GRPCOM (Grupo Paranaense de Comunicação) em parceria com a DC Set Promoções, durante sexta e sábado, e reuniu um público de 45.000 pessoas, que tiveram a oportunidade de conferir grande variedade de atrações da música brasileira e algumas internacionais, distribuídas entre os seis palcos do festival, realizado em grande área aberta, conhecida como Bioparque e próximo da cidade e aeroporto, o que em termos de localização é uma escolha acertada para um evento de tamanha proporção.
A seguir vou contar um pouco do que rolou na primeira noite (18), de longe o foco maior de nosso interesse, pois Los Hermanos estaria alí.

A primeira atração imperdível da noite seria a cantora Céu no palco Arena Mundo Livre, em uma gelada noite de sexta-feira(21/05). Com a parte de cima do figurino igual ao da apresentação no Later… with Jools Holland, mas de calça comprida, aliás ela explicou a escolha pela calça, logo nas primeiras palavras ditas em cima do palco: “Que frio”. Sim estava frio, mas aos poucos, Céu tratou de esquentar o coração de todos que estavam por lá, “Amor de Antigos”, “Falta de Ar”, “You Won’t Regret It”, foram alguns dos sucessos do impecável Caravana Sereia Bloom, único disco que levou 5 estrelas na história, ainda curta, está certo deste blog. Além destas, faixas já consagradas como “Malemolência” fizeram o público dançar e cantar, o seu refrão “Menino bonito, ai menino bonito”.

Céu esbanja sensualidade em sua performance ao vivo, mesmo com o frio curitibano ela conquistou o público, que apesar dos momentos de dança e cantoria, respondeu muito mais se admirando e se emocionando com o que acontecia no palco, algo intrínseco a proposta artística da cantora, mesmo a turma da frente, até o fundão, conhecendo ou não o trabalho da Céu, a tônica era de olhares, olhares de admiração e muitos aplausos e gritos de satisfação entre as músicas. Uma menina do meu lado comentou: “Nossa como a Céu é linda…”, sim ela é, em todos os sentidos.

O show programado para às 21:20, começou exatamente com uma hora de atraso, aparentemente o palco sofria problemas técnicos e os atrasos foram se acumulando durante a noite, Lenine por exemplo acabou 2 horas depois do programado, então antes do fim da Céu foi hora de correr para o Lunastage, que não sofria com atraso significativo e o Los Hermanos não tardaria a entrar.

E exatamente à meia-noite, o quarteto subiu ao palco e causou a euforia habitual, particularmente esse era o meu reencontro com a banda desde 2007 em Campinas, o quarto show dos Hermanos na vida, quem diria que seria o melhor…

Começaram arrebatadores com: “O Vencedor”, seguido de “Retrato pra IáIá” e “Todo Carnaval tem seu fim”. O jogo já estava ganho, o jogo já começou ganho, mas nas quatro músicas de expressão mais introspectiva que vieram a seguir na seguinte ordem, “Além do que se Vê”, “O Vento”, “Morena” e “Descoberta“, o que mais ficou escancarado foi a união e o entrosamento do grupo, lembro de ter visto pela internet o primeiro show deles nesta turnê no Abril Pro Rock, se em Recife eles estavam ainda tímidos com eles mesmos, cerca de um mês e alguns shows depois, o cenário era completamente diferente, a união saltava aos olhos, Amarante e Camelo toda hora juntos, virados pra bateria do Barba, curtindo, curtindo muito aquele momento. Em seguida, o momento a plenos pulmões coletivos, com “A Flor” e também “Cara Estranho”, em seguida “Condicional” e o momento mãozinhas ao ar com “Sentimental”, e Marcelo Camelo, tomando um bom vinho, combinava muito.

“A Outra”, “Deixa o Verão” e “Conversas de Botas Batidas”, foi a próxima sequência, nesta hora tive a certeza que estava testemunhando o melhor show do Los Hermanos da minha vida, como já havia dito, o quarto no total. O primeiro show em Londrina, 2003; seguido de Bauru, 2006; e finalmente Campinas, 2007. Nove anos depois do primeiro show, em uma turnê comemorativa, sem perspectiva nenhuma de novo álbum, os caras entregam o melhor show deles que eu já tinha assistido, incrível como as coisas acontecem.

Voltando ao show, ainda teve a apresentação dos músicos de apoio nos metais e o Gabriel Bubu no baixo/guitarra cantando o finalzinho de “Conversa de Botas Batidas“.

Em seguida veio a catarse de “Último Romance”, seguido de Los Hermanos antigo, rápido e explosivo com: “Tenha Dó”, “Quem Sabe” e “Pierrot”, no meio dessas três encaixaram ainda “Anna Julia”. No final de “Quem Sabe”, Amarante desceu do palco e foi pra galera, algo surreal. Ao final disso tudo, rolou uma queima de fogos de aproximadamente 5 minutos, pra coroar um show e também um festival, que certamente ficará na memória de todos que estiveram lá presentes. E a sensação final é de que eles estão se divertindo, a banda mais representativa do rock brasileiro atual e uma das melhores do mundo, que eles queiram algum dia continuar, a impressão final, é que devem… E querem.