Por Ana Carolina Munhoz, Flavio Testa e Amanda Marques
Como parte do aquecimento para o Lolla 2016 e também para destacar o Dia Internacional da Mulher, o 505 preparou uma seleção com os grandes nomes femininos que se apresentam no festival desse ano.
Essa data não poderia passar em branco pois, desde que a música é música, é impossível não associar o nome de grandes mulheres ao seu sucesso e desenvolvimento. Ao longo dos anos, elas foram ocupando os mais variados gêneros, como essa lista vai provar. Do rock ao eletrônico, do rap ao pop. Não existe mais fronteira estilística na música que uma mulher não ocupe, em alguns casos, elas se encontram mais presentes, em outros, ainda são minoria discrepante com o coeficiente populacional, caso, por exemplo, do tradicionalmente machista rock n roll, que trataremos a seguir.
Ainda que a conquista nos pareça recente, nos anos 60, artistas como Janis Joplin, Grace Slick, Joan Baez e Joni Mitchell já eram estrelas de primeiro escalão no rock. Em outros gêneros musicais, Nina Simone, Aretha Franklin e as Ronettes também já desempenhavam papéis de protagonistas. Poucos anos depois, o rock começou a ver suas primeiras bandas exclusivamente femininas, como Fanny e The Runaways.
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Durante os anos 70 e começo dos 80, mais e mais mulheres se tornaram estrelas do rock em seu próprio mérito, preparando o caminho para outras artistas se erguerem ao topo do gênero. Nomes como Steve Nicks, Chrissie Hynde, Debbie Harris, Patti Smith, Joan Jett e até Kate Bush – principal referência da maior artista do Lolla deste ano – ajudaram a formar o DNA do rock como o conhecemos hoje.
Algumas foram grande influência para artistas de sua geração e da próxima, outras influenciaram o sucesso de bandas das quais fizeram parte, mas uma coisa elas têm em comum: todas se destacaram em criar e viver a música, seja como compositoras, instrumentistas ou cantoras.
Pela primeira vez no Lollapalooza Brasil o encerramento fica por conta de uma mulher e ao lado dela, outras mais farão shows imperdíveis que, se eu fosse você, não deixaria de conferir. E quando Florence Welch fizer o último show do festival na noite de domingo do dia 13, pode ter certeza que não estará sozinha. A voz de todas essas mulheres fodas e de muitas outras que ainda virão estarão ecoando junto com ela.
Florence + The Machine
- Origem: Londres – Inglaterra
- Gênero: Indie Rock, Indie Pop
- Ano de Formação: 2007
- Quando se apresenta: Domingo, 13 de Março às 20:30
Pela terceira vez no país, a inglesa Florence chega ao Brasil esse ano com pinta de estrela. Se quando se apresentou no Summer Soul ou no Rock in Rio a cantora ainda contava com o desconhecimento por parte do público brasileiro, dessa vez o status é de headliner do último dia de festival.
Atualmente, na turnê do eclético álbum How Big, How Blue, How Beautiful, o último disco da Florence, mistura climas que estiveram presentes nos dois primeiros álbuns da cantora e ainda vai além colocando influências de blues e gospel. Trocando em miúdos pode-se dizer que a artista trabalhou com uma amplitude maior, só de uma maneira mais simples, poética e visceral, considero por muitos o melhor trabalho de Florence até a data.
Em 2011, no trabalho anterior, Ceremonials, Florence teve o seu maior disco em relação a questão instrumental, arranjos luxuosos e orquestração, quando a artista foi menos rock para ser mais barroca. Sucessos como “Shake it Out” e “What the Water Gave Me”, são marcas deste álbum e que devem surgir no show. Ceremonials foi o disco que tirou Welch da pecha de estrela do indie para uma artista mais clássica, completa e próxima de Kate Bush, sua pária e conterrânea de 30 anos atrás, que referenciamos na abertura deste post.
Já o disco de abertura da artista, Lungs, é até hoje o que mais vendeu, o disco mais jovem, inocente e que inclui o hino indie “The Dog Days Are Over”, que deve fechar de maneira apoteótica o Lollapalooza Brasil 2016. Vai ser bonito, vai?
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Marina and The Diamonds
- Origem: Reino Unido
- Gênero: Indie Pop
- Anos em Atividade: 11
- Quando se apresenta: Sábado, 12 de Março às 21:45
A furona Marina é um dos nomes mais aguardados pelo público esse ano. Depois de cancelar o show do ano passado, a cantora chega com sua turnê Neon Nature, prometendo muita cor e festa pro final da noite de sábado.
Neon Nature é a turnê de divulgação do álbum Froot, escrito inteiramente por Marina e que contou com apenas um produtor, David Kosten, podendo ser considerado um trabalho mais reflexivo que os anteriores.
O show é dividido em três atos, cada um deles representando uma fase e um álbum da cantora, começando por The Family Jewels, passando pela fase pseudônima de Electra Heart e terminado com o mais recente Froot. A própria cantora define o show como um jardim elétrico com flores luminosas e frutas brilhantes.
O horário do seu show bate de frente com o bambambam Eminem, o que deve garantir aos fãs uma experiência um pouco menos abarrotada. Com certeza um dos shows mais legais do festival.
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Halsey
- Origem: Washington, New Jersey – EUA
- Gênero: Electropop
- Anos em Atividade: 2
- Quando se apresenta: Sábado, 12 de Março às 16:45
A americana Halsey começou sua carreira postando covers de músicas no Youtube. Em 2014 postou a canção “Ghost” na sua conta do soundcloud e foi o suficiente para fazer barulho. A partir daí, já como contratada da Astralwerks record label, a cantora lançou seu primeiro álbum Badlands, em Agosto de 2015.
Mesmo com pouco tempo de experiência, Halsey já fez turnê com o The Kooks, Imagine Dragons, e foi responsável pelo show mais comentado do South by Southwest de 2015. O que se espera é que ela mostre um pouco do aprendizado nos palcos do Lolla com música pop de qualidade.
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The Joy Formidable
- Origem: País de Gales
- Gênero: Indie rock, dream pop
- Anos em Atividade: 9
- Quando se apresenta: Sábado, 12 de Março às 15:30
Responsáveis por um dos álbuns mais legais de 2011, o Joy Formidable, apesar de ter perdido um pouco da força ao longo dos anos, ainda é promessa de um show competente. A loirinha Rhiannon “Ritzy” Bryan tem uma facilidade incrível de se conectar com o público e sempre mostra muita energia nos palcos.
O próximo álbum da banda, Hitch, tem data de lançamento marcada para o próximo dia 25, o que pode significar que a banda apresente algumas músicas novas para o público brasileiro.
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Alabama Shakes
- Origem: Athens, Alabama, Estados Unidos
- Gênero: Blues Rock
- Ano de Formação: 2009
- Quando se apresenta: Domingo, 13 de Março às 16:45
Pessoalmente o show mais aguardado do Lolla. O Alabama Shakes é aquele tipo de banda que em estúdio é boa, mas ao vivo… Ah meu amigo, ao vivo é outra história. Brittany Howard é um furacão no palco e exemplifica com maestria o chamado gut feeling. Quem viu a apresentação do Grammy esse ano – do qual a banda saiu com nada menos do que quatro prêmios – já sabe o que esperar. Imperdível define.
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Of Monsters and Men
- Origem: Garður/Keflavík/Garðabær, Islândia
- Gênero: Indie Folk
- Ano de Formação: 2010
- Quando se apresenta: Sábado, 12 de Março, às 17:15.
Pela segunda vez no Brasil os fofinhos do Of Monsters and Men chegam direto da Islândia pro calor do Autódromo de Interlagos. A banda tocou no Lolla Brasil em 2013 e foi um grande sucesso entre os presentes, impulsionados, principalmente pelo sucesso arrebatador de Little Talks. Espere muita fofura e muitos adolescentes.
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Karol Conka
- Gênero: Pop, hip hop, R&B
- Anos em atividade: 12
- Origem: Curitiba, Paraná – Brasil
- Quando se apresenta: Domingo, 13 de Março às 13:30
Envolvida com o rap desde a adolescência, no início dos anos 2000, Karol manteve-se no underground curitibano até começar com suas primeiras músicas solo, em 2009, como “Me Garanto”, “Marias” e “Boa Festa”. No mesmo, ano a rapper deu início ao desenvolvimento de seu primeiro álbum, trabalhando com o produtor Nave.
Em 2011, Karol lançou o single de clipe de “Boa Noite”, o que rendeu uma indicação na categoria “Aposta” do Music Awards da MTV Brasil, naquele mesmo ano. Na sequência surgiram os clipes “Gandaia” e “Corre, Corre Erê” com os três superando os 5 milhões de views.
Em 2013, finalmente, o álbum de estreia Batuk Freak foi lançado, mostrando o caldeirão plural de ritmos e influências de Conka, com letras pra cima e mensagem positiva. Entre as influências nota-se tanto a nova R&B sexy de Frank Ocean, e que hoje reverbera também em outros artistas como FKA twigs, quanto o electro hip hop mais descontrol de M.I.A. e Santigold.
Karol trouxe ainda a influência afro-brasileira nos seus sons, entregando um disco cheio de climas, e emoções positivas. Ao longo da carreira, Karol foi se tornando menos rapper e mais cantora. Recentemente se posiciona como um expoente do pop nacional, trabalhando ao lado de produtores e DJs da eletrônica, como Tropkillaz e Boss in Drama. “Tombei” lançado no fim de 2014, já pode ser considerado o maior hit da cantora, que vem subindo um degrau de cada vez.
Em 2015, ela lançou com o Boss in Drama “Lista VIP”, já no fim do ano, “É o Poder”, segunda parceria com o Tropkillaz.
O que pode se esperar de Conka é um show pra cima, colorido e divertido. A cantora, uma animadora nata, sabe colocar sua música (e suas rimas) tanto em cima de um palco, como numa pista de dança.
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Die Antwoord
- Gênero: rap-rave
- Anos em atividade: 8
- Origem: Cidade do Cabo – Africa do Sul
- Quando se apresenta: Sábado, 12 de Março às 20:15
Com três discos e dois EPs lançados o Die Antwoord, composto por Ninja, Yolandi e o DJ Hi-Tek, prezam por um desenvolvimento artístico saturado, tanto nas composições quanto na parte visual. Fazendo-se de diversas influências, entre elas a cultura “zef”, que seria uma forma extravagante de imagem própria, mesmo com poucos recursos.
Musicalmente, as canções são vocalizadas em rappins e rimas, havendo uma distribuição entre estas obrigações no casal Yolandi/Ninja, as bases são provenientes da música eletrônica e agrega também ritmos da cultura hip hop sul-africana. Justamente por ter esta questão de imagem muito forte, outro ponto alto da banda são os videoclipes, sempre beirando ao bizarro, a preocupação estética maior é de provocar quem assiste. Entre os maiores hits, que devem transformar Interlagos em um caos, estão: “Enter the Ninja”, “Babys on Fire”, “Ugly Boy” “I Fink U Freeky”, “Fatty Boom Boom” e “Pitbull Terrier”. Recentemente o Die Antwoord pode ser visto no visto também, no ótimo filme de ficção científica com robôs Chappie, com Hugh Jackman.
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Groove Delight
- Gênero: Electro – Electro House
- Anos em atividade: 6
- Origem: São Paulo – SP
- Quando se apresenta: Sábado, 12 de Março às 14:00
É o projeto musical idealizado pela artista paulista Ké Fernandes, que representa as mulheres em um dos meios mais fechados do mundo da música. Com influências que passam pelo rock, new wave, house e techno, o som de Groove é completamente único, misturando um pouco de tudo.
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Jack Novak
- Gênero: EDM
- Origem: Chicago, Illinois – EUA
- Quando se apresenta: Domingo, 13 de Março às 14:30
Mais uma representante feminina na lista de DJs que irão animar o Lollapalooza, Jack Novak já dividiu os palcos com grandes nomes: Srillex, Martin Garrix, Tommy Trash, Nervo, Cash Cash, Chris Lake, Hardwell, David Guetta, Otto Knows, Snoop Dogg, Rihanna e A-Trak. No ano passado a DJ fundou sua própria gravadora, a Power and Light Record, por onde passou a lançar seus trabalhos, incluindo o single “If It Kills Me”.
https://www.youtube.com/watch?v=Ghjb_wU9-GY
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