A coisa está ficando cada vez mais séria pro The Horrors. Do primeiro cd ‘Strange House’ de “meninos que gostam de música” carregado de teatricalidade para o incrível e elogiado ‘Primary Colors’, a banda foi se encontrando em meio as inúmeras influências e criando algo cada vez mais sólido.
‘Skying’, lançado no Reino Unido no começo de julho e oficialmente nos EUA ontem, é um cd bem mais “cool” que Primary Colors. A energia e raiva do garage-rock ficam um pouco de lado, vemos mais “psicodelia” (se é que essa é a palavra certa para descrever). A banda se permite expandir, experimentar e fazer um cd bem mais “viagem/otimista”
Logo na primeira faixa, ‘Changing The Rain’, já vemos uma música mais animada, possivelmente dançante. “Open your eyes” é a frase que se repete eternamente, como que um convite da banda para você abrir seus olhos e expandir sua percepção, assim como eles fizeram.
Mas não se preocupe, o cordão umbilical não foi totalmente cortado e podemos ver muito de Primary Colors em ‘I can see through you’, mas trazendo a influência anos 80. Pra mim essa poderia facilmente ser a faixa que melhor carrega a combinação da antiga raiva e das novas influencias, não fosse por Endless Blue
Começando com calma, para relaxar, e explodindo depois em guitarras à la Sonic Youth e a eterna voz pós-punkish de Faris, a música muda completamente do começo pro fim.
‘Dive in’ não seria a preferida de ninguém, mas é a melhor pra mim. Com uma batida animada e uma letra mais metafórica/poética, Feris canta “away away” até você próprio mergulhar completamente. A NME chegou a dizer que essa faixa era uma mistura de Echo and the Bunnymen e The Charlatans.
‘Still Life’ é o principal single e quase um hino, o tipo de música que você ouve quando está triste para poder se animar e acreditar no futuro: “The moment that you want it’s coming if you give it time”. Apesar de ser a balada do disco, mais calma e serena, é também o momento de cantar junto, conquistar a platéia. Não é a toa que essa é a principal faixa do álbum. É uma parte um pouco mais pop e que funciona. Garanto que você vai ouvir repetidamente até seus ouvidos derreterem. Mas se há uma unanimidade entre todos (NME, Guardian, BBC) é que essa faixa, assim como o cd como um todo, tem óbvia influência do Simple Minds, no melhor dos sentidos.
Não se pode julgar se é um cd melhor ou pior que ‘Primary Colors’. É um cd diferente, maior, muito maior, prova de uma banda que está crescendo. Pode não ser o melhor cd do ano, mas acredito que valha a pena conferir tudo que o The Horrors tem a nos apresentar, por que não?
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