por Amanda Marques com a colaboração de Flávio Testa
Seguindo nossa viagem de volta para o passado, esse post vai revirar o ano 1985 e relembrar o que a música trouxe de melhor nesse ano. Mas o que acontecia no mundo há 30 anos atrás?
Em 1985 os 21 anos de repressão da Ditadura Militar Brasileira chegaram ao fim, com a volta das eleições diretas.
No dia 19 de setembro o México foi palco de um dos piores terremotos da história. O tremor atingiu 8.1 na Escala Richter abalando as estruturas da Cidade do México, deixando 9500 pessoas mortas, 30 mil feridas e 10 mil desalojadas.
A primeira edição do Rock In Rio aconteceu no Rio de Janeiro, trazendo grandes nomes da música ao Brasil, como Queen, AC/DC, Iron Maiden e Yes.
Algumas personalidades que nasceram no ano foram Lana Del Rey, Bruno Mars, Lily Allen, Amanda Seyfried, Keira Knightley e Cristiano Ronaldo, além do falecimento de Tancredo Neves.
Alguns clássicos do cinema foram lançados em 85: O Clube dos Cinco, De Volta para o Futuro, Os Goonies, Mad Max: Beyond Thunderdome e Depois de Horas.
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INTERNACIONAL
New Order – Low-Life
Low-Life é considerado o trabalho mais consistente do New Order, que finalmente estagna a fase de transição pela qual a banda passava: a herança post-punk vinda do Joy Division e a busca do novo som. Utilizando abusivamente de sintetizadores e samplers para a criação do dance rock presente nesse álbum e preservando certos aspectos do rock presentes nos discos anteriores, a banda criou sua obra definitiva. Um verdadeiro clássico que contém a diversificação de vários gêneros na criação da identidade do New Order.
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Tears For Fears – Songs From the Big Chair
O título do álbum mais bem-sucedido do Tears for Fears foi inspirado no filme Sybil, no qual a protagonista só se sentia segura sentada na “big chair” (grande cadeira) de seu analista. Com os maiores sucessos da banda, Songs From the Big Chair emplacou três singles que se tornaram clássicos dos anos 80: “Shout”, “Everybody Wants to Rule the World” e “Head Over Heels”. O álbum chegou ao primeiro lugar das paradas americanas e vendeu mais de 5 milhões de cópias só nos Estados Unidos, provando que o pop melódico do Tears For Fears foi muito bem recebido na terra do Tio Sam.
https://www.youtube.com/watch?v=kL8pn9FQV1s
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A-ha – Hunting High And Low
Um dos maiores sucessos dos anos 80, a banda norueguesa A-ha se tornou um dos ícones dos anos 80 com seu álbum de estreia: Hunting High And Low. Vendendo mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo, o álbum foi um sucesso comercial, levando o grupo a ter uma indicação ao Grammy de Melhor Revelação em 1986 (foi a primeira banda norueguesa a receber tal indicação). Alcançando o topo das paradas musicais ao redor do mundo, o A-ha emplacou quatro hits com seu primeiro disco: “Take on Me”, “The Sun Always Shines on T.V.”, “Hunting High and Low” e “Train of Thought”. A capa do disco, uma fotografia da banda tirada por Just Loomism foi indicada ao Grammy de “Capa de Álbum do Ano”, também em 1986.
https://www.youtube.com/watch?v=wovhe6NJHrI
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The Cure – The Head On The Door
Após sua fase de obscuridade, o The Cure lançou The Top, em 1984 – disco que marcou o período de indefinições da banda. Em 1985, o The Cure se reinventou com The Head On The Door, tornando-se uma verdadeira máquina de hits, agradando o público alternativo e o mainstream simultaneamente. O álbum mostra as diversas facetas que o The Cure viria a explorar na continuidade de sua carreira. “Inbetween Days” e “Close to Me” mostravam o rock moderno e a vibe ideal para transmissão em rádios e na MTV, enquanto “Screw” mostra a fórmula musical dos anos 80. Mesmo assim, o The Cure não perdeu as características melancólicas e emocionais, ilustradas em “Sinking” e “A Night Like This”. A diversidade de The Head On The Door é confirmada pelo próprio Lol Tolhurst, em 1988: “Foi o álbum mais variado que já fizemos, um pouco como uma compilação de singles.” Um verdadeiro trunfo na carreira da banda e na vertente da musicalidade que o The Cure explorava.
https://www.youtube.com/watch?v=GDUtFlfclk4
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Tom Waits – Rain Dogs
A diversidade musical e o aprofundamento lírico são os principais ingredientes de Rain Dogs, cultuado álbum de Tom Waits. O título da obra, segundo ele é sobre “pessoas que vivem na rua. Você sabe, como depois da chuva você vê todos esses cães que parecem perdidos, andando por aí. A chuva remove todo o odor, toda orientação deles. Então, todas as pessoas no álbum estão entrelaçadas por alguma maneira física de compartilhar essa dor e desconforto.” Entre os diversos instrumentos utilizados para o processo de criação do álbum estão marimba, acordeão, contrabaixo, trombone, sax, trompete, clarinete, órgão e banjo. Em uma época que a utilização de samplers estava em alta – o que tornou muito material produzido nos anos 80 totalmente dispensável, pelo fato de praticamente tudo parecer a mesma coisa – se o som da bateria não agradasse Tom, ele batia em cômodas com pedaços de madeira até que o som “se tornasse algo seu”. Com participações de grandes nomes da música, como Keith Richards, Marc Ribot, o álbum é uma verdadeira mistura abrangente de diferentes gêneros e estilos conceituado com um tema urbano. As 19 faixas que compõem o trabalho do artista são um verdadeiro passeio de montanha russa por vertentes musicais: o jazz de New Orleans e o blues do sul dos Estados Unidos, o folk e o rock experimental, todos tem seu lugar na obra de Tom Waits, que transita pelos gêneros e os mistura com uma genialidade ímpar.
https://www.youtube.com/watch?v=oe44dRlY7LQ
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