Freedom
Liberdade, do norte-americano Jonathan Franzen, lançado este ano no Brasil pela editora Companhia das Letras foi livro mais incensado, admirado e falado de 2010. Considerado pelo The Guardian o “livro da década e do século”. Franzen foi capa da Time, o que não acontecia há dez anos, ou seja, neste século ainda nenhum autor tinha estampado a capa da revista.
O foco da história gira em torno do trio Walter, Patty Berglund e Richard Katz. Patty e Walter têm um casal de filhos, Joey e Jessica. Formam uma família até então perfeita, quando os filhos adolescentes, já em fase de entendimento do mundo, começam a perceber que nenhuma família tem esse quesito. Joey, muito mais ligado à Patty, é um garoto com grande ambição, o que faz ter um embate eterno com o pai, já que este acha que o filho deve seguir as normas e conselhos de uma pessoa mais velha. Jessica uma garota quieta que adora leitura e arte. Patty, Walter e Richard, nos anos 70, se encontram na faculdade. Patty tem uma caída por Richard, que está de rolo com Eliza, sua amiga-fã (Patty era uma jogadora de basquete na época e Eliza era uma fã obsessiva, tornando-se sua amiga). Walter é apaixonado por Patty e como Richard não dá tanta bola para ela, acaba se envolvendo com o primeiro. Richard é um músico que obteve um sucesso do qual não gosta, não diria que é um misógino, pois ama as mulheres, mas ao mesmo tempo não quer nenhuma. Alguns anos depois da faculdade, Patty e Walter já casados, Richard, que sempre foi melhor amigo de Walter, tem um relacionamento repentino com Patty em uma passagem pela casa dos Berglund. Como não falar de Connie Monagahn a namorada de Joey e uma das maiores personagens do livro, mas esta deixarei para vocês descobrirem.
Em quase nenhum momento fica claro para os personagens o que é a liberdade, ou se eles estão à procura dela. O livro trata muito mais da sociedade norte-americana, mas por outro lado por que as outras sociedades não seriam iguais? É um livro muito bem escrito, com passagens de tempo de um parágrafo para ao outro, diálogos impecáveis, talvez o autor que melhor saiba construí-los atualmente. Cabe ao leitor decidir para onde vai a liberdade de cada personagem. A construção destes pelo autor é magnífica, com uma prosa que deixa o leitor preso durante todo o romance, faz-nos íntimos de cada um, sabemos de cada detalhe, neuroses e complexidades. Passamos o romance amando e odiando-os, como também se em vida fosse diferente perante as pessoas próximas a nós.
Franzen é um dos grandes autores da atualidade mas Liberdade não é o romance da década, muito menos do século, principalmente porque em 2001 ele lançou As correções, este sim, um romance monumental, inesquecível. Porém, Liberdade tem todo o seu valor, talvez porque passe pelos momentos difíceis dos norte-americanos, como o 11 de setembro, os governos Clinton e Bush. Leiam! Esta é a primeira dica de leitura do blog.
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