Entrevista com Martina Sorbara, do Dragonette: “Levei um tempo até perceber que eu era alguém com opiniões dignas de atenção”

Martina Sorbara durante apresentação no MECAFestival 2013. Foto: Gui Moraes

Durante o MECAFestival pudemos conversar brevemente, com Martina Sorbara, frontwoman do trio de electropop Dragonette. Ela nos contou como foi a gravação, rumos e repercussão do último álbum, Bodyparts de 2012, disco que foi precedido pelo single “Hello” de 2010, colaboração com Martin Solveig, que se tornou um grande hit. Além disso, ela dá um conselho para quem está começando e a insegurança natural de se afirmar neste mercado.

Depois do lançamento de Bodyparts, o que na minha opinião é o melhor da banda até o momento, como está rolando a repercussão do álbum junto ao público?
Eu acho que as pessoas estão curtindo porque elas se surpreenderam com o disco. Nós nos surpreendemos com ele, o álbum é bem animado, o disco se lançou precedido pela música “Hello” que acabou estourando, e trata-se de uma colaboração, não é 100% do trabalho do Dragonette e do nosso estilo, então penso que as pessoas acharam que nós iríamos na direção de música eletrônica pura, mas a verdade é que, isso não é o que nós somos. Nós somos exploradores da música pop na verdade (risos). Este disco nós tivemos uma maior pressão, justamente por ir ao mundo da dance music e fazer este tipo de música. Mas uma vez que conseguimos fechar o que queríamos fazer, o resto foi apenas aproveitar o momento em fazer música divertida e engraçada e que fosse interessante para nós. Acho que é isso que as pessoas perceberam ao escutar o álbum. Se você escutar apenas algumas canções, acredito que você não vai entender o contexto todo.

Foi o que vocês mais curtiram fazer? Como foi a gravação deste álbum comparado com os outros?
Na verdade não. Foi o mais difícil de certa forma, porque existia muita pressão que colocamos em nós mesmos.

A pressão pelo terceiro disco e a direção da dance music?
É… e nós tínhamos selos por trás dos outros discos e neste começamos sem gravadora, independentes e ninguém iria se importar com a gente, sabe? (risos). Então compor nesta situação é libertador, mas esse disco Bodyparts eu acho que é um trabalho verdadeiro, foi desafiador e o desafio é prazeiroso, mas não é exatamente o processo mais fácil e divertido. E eu queria me concentrar em algo não apenas por fazer dance music, mas em fazer algo que fosse satisfatório para mim também.

E depois do lançamento, como foi para vocês?
Essa foi a primeira vez que lançamos um disco e sentimos que as pessoas iriam aos nossos shows (risos) e tem sido muito trabalhoso desde então, mas muito satisfatório, esse é meu trabalho, viajar pela América, vir ao Brasil, esse é o maior prazer, a maior recompensa do nosso trabalho. Eu estou aqui! E tem os videoclipes que são super divertidos de fazer, as pessoas comentam sempre e esse é o tipo de coisa que nós sempre fizemos sabe? Vídeos com os amigos e as músicas em nossas casas.

Vocês são a banda com maior experiência no line-up do MECAFestival, 3 discos lançados, contrato com gravadora e 7 anos de estrada. Qual é o seu conselho para quem quer enveredar pelo mundo de fazer música?
Meu conselho seria: preste muito mais atenção nos seus próprios desejos e opiniões. Temos uma tendência a achar que os outros tem uma idéia melhor que a nossa… e talvez tenham mesmo. Mas a verdade é que se você não der importância suficiente para sua própria visão e a sua… eu passei os primeiros 3 anos nesta banda achando que: “este universo já foi feito antes, eles sabem como fazer isso, eles sabem o que nós somos” e eu não ouvi milhares de coisas que meu coração estava me dizendo e acho que levei um tempo longo até perceber que eu valia algo e era alguém com opiniões dignas de atenção.

Bonita mensagem. E pra encerrar o que vem a seguir para o Dragonette?
Nós vamos continuar a turnê até o outono. Nós vamos fazer alguns shows com o Major Lazer.

Massa!
Sim! estou bem animada com isso… e o que vem a seguir eu nem sei dizer na verdade (risos), mas basicamente é isso, faremos turnê até o final do outono.

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