Esqueça o clássico herói contra vilão com desejo de dominação mundial.
Dirigido pelos irmãos Russo e estrelado por todos os heróis já estabelecidos no Universo Cinematográfico Marvel, com exceção de Hulk, desaparecido após a Era de Ultron, e Thor, que voltou para casa. Com algumas adições certeiras, o longa poderia esbarrar no tradicional problema de muitos personagens, mas acaba transformando isso em uma grande qualidade.
Na trama vemos o time de Vingadores liderado pelo Capitão América em sua missão de erradicar as ameaças da hidra, quando durante a ação contra um grupo terrorista algo dá errado e ocorrem baixas civis. É a gota d’água para que o governo queira controlar as ações do time de super-heróis, julgando quando e onde seus serviços são necessários e responsabilizando-os por seus atos. A partir daí ocorre a cisão entre os dois principais protagonistas, um atormentado Tony Stark, assombrado por suas ações passadas, traumas e problemas no relacionamento, e o idealista Steve Rodgers.
Não bastasse a diferença de ideais entre os dois, há ainda a figura do Soldado Invernal apimentando o conflito e de Zemo (Daniel Bruhl) como o vilão-coadjuvante. Os dois servem tanto para dar peso dramático, amarrar a trama e justificar os conflitos deixando o roteiro bem elaborado.
E claro, as novas adições ao elenco. Começando com o herói mais popular da casa das ideias. O Homem-Aranha ganha uma nova encarnação mais jovem, interpretada por Tom Holland. Basta dizer que o personagem acerta tanto no visual, quanto na personalidade. Está tudo ali, juventude, piadinhas, força e agilidade, lançadores de teia caseiros, que você até esquece que já viu o herói em outros filmes. Ele não é o novo aranha, é o aranha definitivo. E ainda vem acompanhado de Alt-J na trilha sonora.
O Pantera Negra, vivido por Chadwick Boseman, é brilhante. O uniforme é incrível, suas lutas são sensacionais e sua história ainda tem muito para evoluir. E para fechar, o Homem-Formiga. Paul Rudd traz o bom-humor e as habilidades do homem-formiga para a batalha, colaborando muito para a ação da cena do aeroporto.
Com isso temos as divisões dos times. O lado pró-tratado composto de Stark, Viúva-negra, Visão, Máquina de Combate, Pantera Negra e Homem-Aranha e o lado “contra a lei”, formado pelo Capitão, Soldado Invernal, Falcão, Gavião Arqueiro, Wanda e Homem-Formiga.
Falando nisso, a batalha do aeroporto reúne todos eles e por si só vale o ingresso, e ela nem é a última batalha do filme. A combinação das habilidades dos heróis e o trabalho em equipe faz dela a melhor sequencia de ação já feita.
O filme expande ainda mais o universo Marvel e cria novos plots para serem explorados, seja no próximo Vingadores ou em filmes solo. Não há pontos negativos na história ou no elenco, as atuações estão todas excelentes e os atores cada vez mais à vontade nos seus personagens. Há os fans services, mas o filme consegue ser aproveitado mesmo pelos não iniciados. Alguns efeitos gráficos poderiam ter recebido um acabamento melhor, mas nada que comprometa o resultado final, que é ótimo.
Com o terceiro filme da trilogia do Capitão América, a Marvel mostra que o gênero de Super-Heróis está longe de se esgotar e vai muito além dos esteriótipos. De longe o melhor filme da Marvel até o momento, e quem sabe o melhor filme de super-heróis já feito.
PS: Não vá embora até os créditos finais.
NOTA: 4.5/5
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