As premiações de Melhor Direção para Guillermo del Toro com “A Forma da Água” e Melhor Animação para o filme “Viva: A Vida É Uma Festa”, na 90ª. edição do Oscar, teve repercussão bastante positiva e foi muito comemorada entre os mexicanos. Tanto os latinos residentes nos Estados Unidos quanto os mexicanos que vivem em seu território afirmaram que este é um sinal da influência cultural do país sobre os Estados Unidos, em plena era Trump.
Guillermo del Toro venceu em uma das mais importantes categorias, a de Melhor Direção e ainda o longa-metragem “A Forma Da Água”, que coincidentemente faz uma analogia aos oprimidos, foi escolhido como melhor filme. Não é de hoje que os diretores mexicanos vêm alcançando êxito na Academia de cinema de Hollywood. Alfonso Cuarón levou o prêmio em 2014 com o filme “Gravidade” e, nos anos seguintes, Alejandro González Iñárritu venceu com “Birdman” (2015) e “O Regresso” (2016).
Além do talento dos diretores, a premiação da animação “Viva – A Vida é uma Festa” mostrou o quanto é interessante conhecer a cultura do país do sul e quanto passou a ser admirada nos Estados Unidos depois do filme. A produção da Disney mostra as tradições mexicanas como o ‘Dia de los Muertos’ e tem o cotidiano do povo daquele país como centro da história.
Durante o discurso de agradecimento Del Toro disse – Eu sou um imigrante – enaltecendo sua herança mexicana e comentando de forma inteligente a forma com que o governo atual trata a imigração ilegal. “A melhor coisa que nossa arte faz e nossa indústria faz é apagar as linhas na areia. Devemos continuar a fazer isso quando o mundo nos diz para torná-las mais profundas”.
“Foi empolgante de se ver”, comentou o cineasta mexicano Gaz Alazraki, criador da série “Club de Cuervos” do Netflix. “Guillermo falou em nome de todos os sonhadores. Com seu sucesso, ele é um símbolo do que os Estados Unidos significam para os estrangeiros desde sempre”, completou em entrevista à Reuters.
Um dia depois da festa em Los Angeles, as manchetes no México diziam: “México domina o Oscar”,”Oscar 2018: Noite do México” e “Del Toro pinta o Oscar de verde, branco e vermelho” (cores da bandeira do país). Não se trata de uma vingança ou revanche, mas sim de uma reposta à altura contra os repetidos ataques de Donald Trump ao México, que tiveram início na sua campanha presidencial ao acusar os imigrantes de estupradores e assassinos, e depois colocou em prática um projeto absurdo de construção de um muro separando a fronteira.
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