O fim de semana da CCXP 2016 foi marcado pelas grandes atrações, como a estreia de Moana, a nova animação da Disney, os painéis da Marvel, Star Wars, Warner e Netflix, e também pela lotação máxima do São Paulo Expo e claro, as filas.
O domingo no geral estava bem parecido com sábado em termos de lotação e filas. A principal atração do domingo foi o painel da Netlix,com as presenças do elenco de 3%, ShadowHunters, Sense8 e Neil Patrick Harris e a fila do auditório Cinemark estava grande desde cedo. Houve uma coletiva da Netflix com os astros da série e destacamos os melhores momentos:
3%
A coletiva contou com a participação do elenco: Bianca Comparato (Michele), Rafael Lozano (Marco), Rodolfo Valente (Rafael), Viviane Porto (Aline), Vanessa Oliveira (Joana) e Michel Gomes (Fernando). O elenco disse estar muito empolgado com a participação no evento e pelo contato com o público, para muitos deles essa era a primeira experiência em uma produção com o alcance da série. Bianca Comparato concentrou a maioria das respostas durante a coletiva, e quando questionada como o elenco estava lidando com as noticias da série e principalmente as criticas negativas, ela disse que eles estavam lendo tudo que saia sobre a série, e que as criticas tanto positivas quanto negativas estavam sendo bem recebidas, e aproveitando as criticas construtivas para fazer uma segunda temporada ainda melhor. Sem querer, ela deixou escapar que haveria uma segunda temporada, mais tarde confirmada durante o painel.
O elenco comentou sobre a série estar abordando um nicho novo para conteúdo nacional, que é a ficção cientifica e ajudando a abrir portas para outras produções que saiam do lugar comum nacional da comédia/romance. Eles também comentaram sobre a composição dos personagens e a dinâmica entre o elenco que acabou influenciando e sobre a dificuldade das provas para entrar no Maralto.
Trecho da coletiva de 3%
ShadowHunters
Katherine McNamara (Clary Fray), Emeraude Toubia (Isabelle), Dominic Sherwood (Jace), Matthew Daddario (Alec), Alberto Rosend (Simon) se mostraram muito simpáticos e empolgados pela recepção que tiveram dos fãs brasileiros da série. Eles comentaram sobre a evolução dos personagens na segunda temporada. No final, quando questionaram de qual franquia eles gostariam de participar, Emeraude responder Marvel!
Trecho da coletiva de ShadowHunters
Sense8
Tina Desai (Kala), Miguel Silvestre (Lito) e Brian J. Smith (Will) representaram o cluster de sensitivos nesta edição da CCXP. Eles falaram que a próxima temporada irá explorar mais a relação entre os membros e porque quando um personagem está triste ele se conecta com determinado membro do cluster, e quando está feliz com outro. Perguntado sobre se as pessoas assistiam mais a série pelas cenas de sexo, Miguel respondeu, “sexo é bem-vindo na série, é condição humana, existe raiva, violência, e evitar isso seria trapacear. Eu tenho o sentimento, em Sense8 você não pensa, eu acho que Lana Wachowski [diretora] vê isso, como ela é o personagem principal de certa forma, ela diz: ‘faça isso, faça aquilo’, você apenas pula de cabeça. Nós confiamos no seu ponto de vista, sua mensagem e no seu comprometimento, no que ela quer mostrar, e eu me sinto orgulhoso de cada cena. Principalmente das mensagens que passamos. Somos 8 personagens, 8 pontos de vista diferentes e você pode se relacionar com um deles, com suas vulnerabilidades. São pessoas buscando por amor, e estão assustadas.”
Miguel também foi questionado se tinha ciência que no Brasil um gay é morto por hora por causa do preconceito e de como foi gravar na parada gay de São Paulo; “Na Espanha também tivemos uma época em que pessoas eram agredidas e mortas pela policia, ou por preconceito, e eu tive pessoas da minha família que sofreram com isso, mas as coisas melhoraram. E quando eu vejo aqui a maior parada gay do mundo, as pessoas se levantando e lutando por seus direitos e por quem elas são, e eu espero que as coisas vão melhorar. E eu sou orgulhoso que Sense8 diz a muitas pessoas que elas não estão sozinhas, que as coisas vão mudar. Pode levar tempo, mas vão mudar.”
Brian foi perguntado se o amor era o significado de ser um sense8, e respondeu que eles não necessariamente amam um ao outro: o personagem dele é um policial e com certeza não ama Wolfgang, que é um criminoso. Ele também comentou sobre o novo ator Toby Onwumere que irá interpretar Capheus “Van Damme” na segunda temporada, e disse que ele é incrível e o público vai amá-lo.
Quando questionada sobre a série falar sobre minorias, mas só apresentar pessoas ricas e bonitas, Tina contestou dizendo que seu pai (na série) é dono de um restaurante em Mumbai e não é rico, e que Capheus mora em uma favela em situação de miséria, e que eles sempre mostram diferentes realidades de cada um dos oito sensitivos.
Como a série aborda muito a questão das minorias, eles foram questionados sobre como a eleição de Donald Trump afetou o elenco e qual passagem o show passaria agora: “O show é sobre minorias e quando foi confirmado, nós sentimos isso. Lana estava tremendo, em todo mundo pessoas estão reagindo e com medo. É importante neste momento nos mantermos unidos, gentis em favor das minorias, cheios de amor e firmes na posição.”
Trecho da coletiva de Sense8
Desventuras em série – Neil Patrick Harris
Neil Patrick Harris interpreta Conde Olaf na adaptação da Netflix para a série de livro de Daniel Handler (aka Lemony Snicket). O ator, mais famoso por interpretar Barney na comédia How I Meet Your Mother, falou sobre o processo de maquiagem que leva 3 horas, da barba falsa que incomodava, e como tinha que trabalhar a voz para dar vida a Olaf e aos seus disfarces. Segundo Neil é divertido interpretar Olaf, pois é um personagem diferente dos que ele já interpretou; “Olaf é malvado, ele pensa que é o mais bonito, mas não é, o mais inteligente, mas não é, ele é mau. E ele precisa ser assustador, porque se ele não for, não há razão para o show existir. As crianças precisam ter medo dele. E isso é muito legal por que Daniel escreveu tão bem o personagem, que Olaf praticamente existe fisicamente.”
Sobre a participação do autor Daniel Handler na série, Neil comentou que embora ele participe como narrador, eles não interagem já que a narração é inserida depois da gravação das cenas. E que é uma pena não terem essa interação.
Ele comentou que a série será bem divertida e embora o foco principal seja crianças, ele acredita que os pais e o público vai gostar, porque tem muita ação e comédia. Elogiou muito a atuação dos atores mirins Malina Weissman, a Violet, e Louis Hynes, o Klaus: “Eles são muito talentosos, é muito difícil ser criança e ator porque você tem que ir para escola, ir ensaiar e gravar, fazer o dever de casa, e então tudo de novo, e eles são ótimos.”
Sobre a comparação com Jim Carrey que interpretou Olaf na versão cinematográfica da série em 2004, ele comentou: “Quando eu entrei para a série eu li os primeiros livros, então eu li o roteiro, e perguntei ao Mark (showrunner), se eu deveria assistir ao filme e ele disse: ‘não’. Então, eu assisti o filme. Eu gosto de ter informação, de ver o que já foi feito. Eu achei a performance de Jim interessante, mas eles tiveram que condensar 13 livros em um filme e isso não é justo. Não dá tempo de desenvolver o personagem. E isso foi há 12 anos atrás. Então eu vi o filme, e Jim fez um ótimo trabalho, mas eu tenho que ir mais fundo.”
Trecho da coletiva de Neil Patrick Harris
A maior Comic Con da América Latina
A CCXP foi realmente um sucesso, mesmo com os problemas relatados no primeiro dia, a organização agiu rápido e melhorou a sinalização e organização das filas (retirada de ingressos, transporte, etc) nos demais dias, o que ajudou bastante na experiência dos participantes mesmo nos dias de maior lotação. É claro, as filas épicas continuaram existindo, principalmente no sábado, mas ao menos foi algo mais organizado e como comentado anteriormente, os participantes mantiveram o bom humor mesmo nas longas esperas.
A produção deve considerar esvaziar os auditórios a cada painel, ou em uma sequência de dois. Para que as pessoas façam escolhas, sobre aquilo que mais gostam, oferecendo assim, a oportunidade real de mais gente participar.
O São Paulo Expo realmente oferece a melhor infraestrutura da cidade para um evento desse porte com bom espaço, estacionamento, proximidade do metrô, praças de alimentação e banheiros.
Os estandes estavam excelentes, os painéis foram um grande show, assim como as participações especias. É possível se divertir mesmo sem ver nenhum famoso, sem pegar nenhum brinde ou comprar aquele colecionável exclusivo, pois a CCXP é uma grande celebração da cultura pop no Brasil.
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