Com direção de Zack Snyder (os dois 300, o novo Superman e Watchmen), o filme tem duas horas e meia de duração e começa com mais um flashback da origem do Batman. Com uma longa sequência em câmera lenta ao gosto do diretor, somos apresentados novamente para a história de origem mais conhecida do cinema, desnecessária.
A partir dessa abertura, a ação começa da batalha final de Superman – O homem de aço, agora do ponto de vista de Bruce Wayne, interpretado por Ben Affleck surpreendente no papel de um Batman envelhecido e brutal depois de 20 anos combatendo o crime em Gotham. Com ações que deixam o personagem bem próximo do Justiceiro, essa nova abordagem caiu muito bem e o transformou no destaque do filme. O mordomo Alfred (Jeremy Irons) também tem grande destaque, não só como conselheiro mas como o responsável pelos batgadgets e a armadura do morcego.
Do outro lado está o Superman (Henry Cavill), idolatrado como um salvador por grande parte da humanidade, temido por políticos e por pessoas feridas nos combates que ele travou, o filho de Kripton está em conflito. Suas ações são bem intencionadas, mas os efeitos colaterais tem causado muita dor.
Enquanto o roteiro se limita a descrever a preocupação de Bruce em conter a ameaça alienígena do Superman, ele acerta. Pena que na necessidade de expandir o universo, certa hora Bruce tem um flashforward de um futuro distópico que mais confunde a narrativa do que agrega.
Nesse cenário surge a figura da Lex Luthor, interpretado por Jesse Eisenberg e repaginado como um Mark Zuckerberg psicótico e corrompido pelo poder, movendo as peças no tabuleiro para cumprir seu plano maligno. Aqui a interpretação de Jesse atrapalha um pouco, seus maneirismos deixam o vilão conhecido por usa inteligência com um ar muito caricato e infantil.
Gal Gadot ganha a missão de dar vida a Mulher Maravilha. Surge como uma figura misteriosa que complica os planos de Wayne, de início, para no final se revelar como a heroína tão aguardada. Pena que o tempo de cena dela na ação é pequeno, mostrando muito pouco. Os demais heróis da vindoura Liga da Justiça são apresentados rapidamente, só para dar aquele gostinho aos fãs, mas sem acrescentar nada na trama, além de pontas soltas.
Enquanto os motivos de Batman para ir para a batalha contra o Superman são claros e até justos, o contrário beira à comédia. Clark Kent é motivado a confrontar o outro herói como parte do plano maligno de Luthor. Não detalharei para evitar spoiler mas sinceramente achei que merecia uma motivação melhor. A luta mostra bem a estratégia e inteligência do morcego, mas subaproveita os poderes do Superman, talvez para nivelar o combate.
A ação permeia sempre o filme, sem dar tempo para o roteiro respirar. Zack Snyder está mais próximo de Michael Bay do que de Christopher Nolan, e suas explosões, close-ups, sequências em câmera lenta e cortes secos de cena acabam deixando tudo um pouco cansativo. Mesmo na batalha final, onde os heróis devem ser unir para enfrentar o desafio de CGI, – o monstro Apocalypse teve sua origem um pouco alterada e um grande arco clássico do Superman foi desperdiçado – poderia ser explorada um pouco mais a cooperação entre os heróis e a combinação de seus poderes. Tudo acaba resolvido rapidamente após uma sequência romântica de Clark e Louis, culminando na grande surpresa do filme (essa sim não revelado pelos milhares de teaser e trailers).
Por fim, o filme diverte com ação e efeitos grandiloquentes e falha ao apresentar um enredo mais rico e uma montagem que trabalhe em favor da história, e não das explosões.
Ao final da sessão que eu estava não houve aplausos, e isso é um péssimo indicador numa sala cheia de fãs.
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