De Nova Friburgo surge a Hell Oh!, com o frescor do indie rock atual, a banda faz música descomplicada, essencialmente jovial e pra cima.
Em março, o grupo lançou seu primeiro disco We’ve Got Nothing To Say But a Song, gravado na cidade natal da banda, de forma totalmente independente.
Com a percepção de quem sabe exatamente quais são os destaques do próprio disco, “Color Ghost” é o primeiro videoclipe do álbum de estreia e faixa que figura tranquilamente entre as 4 melhores.
A produção do clipe ficou por conta da própria banda, assim como o clipe dirigido pelo vocalista Raphael Heiderich e Crhistian Costa, participação da modelo Bruna Porto e parceria com a doNuncaFilmes.
Fotografia de bom gosto, o vídeo intercala externas da banda em ação, com uma bela garota fugindo de algo o tempo todo, o vídeo passa a sensação de medo e solidão. Veja em PRIMEIRA MÃO, aqui. =)
Mas, o som não para por aí, como disse, existe mais pontos altos no disco. As referências são as mais variadas, cada canção tem sua marca, hora pode te lembrar algo que poderia ser feito por Last Shadow Puppets ou The Strokes, noutras algo mais clássico, como The Stooges ou Beach Boys. De tudo um pouco entra na salada bem calculada do Hell Oh!. É um disco coeso e passa por você sem exigir muito, o que pode ser a pedida certa, quando não se quer encontrar nada além de boas canções para cantar junto algumas linhas.
E foi com o vocalista/guitarrista, Raphael, que conversamos um pouco tendendo entender um pouco mais sobre esta novíssima boa banda nacional. Além de Raphael, o time é composto em quarteto por: Marco Tulio (bateria), Marcus Vinícius (guitarra/vocal) e Maycon Rocha (baixo /vocal). Leia a entrevista e ouça o disco em streaming, lançado via Fósforo Cultural, no fim do post.
505 Indie: Como vocês surgiram para a música e se encontraram como banda?
Hell Oh!: Desde adolescentes passamos por algumas bandas da região, e sempre nos encontrávamos nos shows, alguns de nós já tocamos juntos, inclusive. Com o tempo fomos nos afastando por motivos comuns da vida, como estudo e trabalho. Quando Marcus Vinícius soube da possibilidade de voltar à Nova Friburgo, após seus estudos em Florianópolis, ele começou a conversar com o Maycon sobre montar uma banda. Maycon na época estava voltando de Brasília, após morar lá por uns anos. Quando já estavam em Friburgo falaram comigo [Raphael] e com o Tulio de montar a banda e não foi nem um pouco difícil concretizar isso. No primeiro ensaio tínhamos duas músicas e tudo fluiu sem muita conversa ou dificuldade.
Vocês estão juntos desde 2011, depois de dois EPs conseguiram lançar o primeiro disco, qual é a sensação?
Me dá um arrepio na verdade. É algo que tínhamos consciência de que poderíamos fazer e de que seria algo natural pra todos, mas quando está tudo pronto mesmo é mágico. Poder realizar algo que sempre sonhamos e de forma verdadeira, sem perdermos nosso foco real, que sempre foi a música, é perfeito.
Ser uma banda independente no Brasil é bem difícil, vai bem além de ter um conjunto de boas canções, como vocês estão se saindo? Como o disco de estreia está sendo recebido?
Vai além mesmo de ter boas canções. Elas te fazem ter confiaça ao apresentar seu trabalho e encarar as dificuldades de ser independente e de ter que fazer quase tudo sozinho, mas não é tudo para seguirmos em frente. Estamos aprendendo as coisas ao longo deste processo de buscar tocar para as pessoas, gravar, se divulgar, mas nossa maior força é querer muito que a banda possa crescer cada vez mais, não só pra nós, mas pra todos que gostam das nossas músicas, nossos amigos e família que sempre nos apoiaram. E a recepção do disco esta sendo ótima. As pessoas que já esperavam estão gostando muito, e além disso o disco esta levando nossa música para pessoas que nunca tiveram contato com ela. Estamos muito felizes com tudo, em relação a resposta das pessoas.
Em comum todas as canções são pra cima, acessíveis, buscam um bom riff, uma boa melodia, enfim. É isso mesmo que você queriam entregar, pensaram nisso: “vamos fazer algo para as pessoas se divertirem”? Soa bem jovial também.
Sempre. E para nós nos divertirmos também. Haha! Mas acho que isso transparece também como encaramos a vida. Nossa música se baseia em puro sentimento, explosão de energia de algo verdadeiro. A juventude é algo que sempre vai estar presente nas nossas músicas e em tudo que fizermos como banda. Acho que a adolescência é uma fase da vida de novidades e de dúvidas, mas ao mesmo tempo a forma como ela é vivida pelos jovens, intensamente e sem medo de errar, faz com que tudo isso seja algo lindo e puro. Acho que isso resume um pouco o clima do que queremos passar para as pessoas, queremos compartilhar o que sentimos.
Nota-se tanto a influência de um Stooges ou Beach Boys, como a influência de grupos mais contemporâneos que se basearam nestes clássicos, como The Strokes para a primeira e Best Coast para a segunda, como vocês pontuam as influências?
Não temos muito direcionamento de influências sobre nossa música, mesmo que certos grupos, tanto contemporâneos quanto clássicos, sejam percebidos nelas. Ouvimos muitas coisas diferentes entre sí,e de vários estilos. Adoramos sim as bandas citadas como Best Coast, e tal. Mas na hora de compormos essas influências vem de forma natural, não pensamos muito, somos bem instintivos em relação a isso, as coisas surgem no momento e só buscamos uma música que achamos demais e temos prazer em tocar.
Quais são os temas (letras) mais recorrentes do álbum?
São sobre situações da vida, coisas que passamos e observamos, reflexões, sobre se divertir.Nada muito dirigido, cada música tem um tema próprio, são obras individuais. Às vezes surgem frases soltas que simplesmente soam bem na música, mas também com certo direcionamento de falar de algo que gostamos ou sobre algo que nos incomoda em relação ao mundo. Na verdade, para mim, as interpretações individuais de cada um sobre as letras é o mais bonito.
“Way Out”, “Rumours”, “Empty Speech” e “Color Ghost” são os pontos alto deste álbum na minha opinião, pode nos falar um pouco sobre estas canções, vocês enxergam algum ponto alto no álbum ou soa uniforme para vocês?
Individualmente, temos músicas que gostamos mais que outras, mas acho que existem momentos. Para a banda, às vezes, é difícil escolher uma música para se destacar, mas em resumo não vemos muito dessa forma. Gostamos de como elas trabalham juntas.
Como surgiu a ideia da capa do álbum, quase um Sticky Fingers (Rolling Stones) feminino? (veja abaixo)
Eu vi essa foto no meio de trabalhos de uma amiga, Luize Cornelius. Ela estava entre outros trabalhos dela e pedi sem pensar. Ela adorou, e nos liberou a imagem para a capa do disco. Acho que não tem um significado específico, mas passa o clima do disco de uma forma visual.
A figura feminina é bem evidenciada no videoclipe de “Color Ghost” também. Fale mais sobre isto.
Nós queríamos passar a ideia de algo do passado que persegue alguém. A letra fala sobre um sentimento de perda que não sai da cabeça da personagem, como memórias que a perseguem como fantasmas. Mas também uma busca pra resolver ou entender isto. A imagem feminina é algo de enriquecimento dos temas também, de trazer o mundo feminino como observadores masculinos. Mas nada de muito sério nesse sentido, queríamos imagens bonitas que passassem a sensação da música.
Quais são os próximos passos?
Divulgar nosso disco e outros trabalhos para as pessoas e tocar no máximo de lugares possíveis. O contato com as pessoas nos shows é tudo.
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