BaianaSystem disponibilizou na íntegra o segundo álbum de estúdio Duas Cidades, na plataforma de streaming da Deezer. Em 8 de abril, o disco será lançado oficialmente nos demais canais da banda.
A capa, de Filipe Cartaxo, já denúncia o caráter de celebração popular do álbum. A capa do BaianaSystem tem o mesmo sentimento de To Pimp a Butterfly de Kendrick Lamar, aquele de pertencimento e de voz, porém o rapper expõe a raiva do popular sobre os poderosos da classe política e levanta a auto-estima do afro-americano, já os brasileiros transgridem através da dança e de um grupo heterogêneo. A festa de rua é também um ato político, um ato social e um ato de inclusão.
O caldeirão sonoro tem dancehall e guitarra baiana, rima do rap e explosão do rock, sound system e “pegada de banda”, capaz de dialogar com o movimento do corpo e o experimentalismo artístico.
O lançamento de Duas Cidades começou com o single “Playsom”, a única faixa brazuca que entrou para a trilha sonora do game “Fifa 2016”, da Eletronic Arts. Antes do Carnaval, o grupo lançou “Lucro (Descomprimindo)”, uma cumbia de autoria de Russo Passapusso e Mintcho Garrammone.
Além de Russo e Filipe, Robertinho Barreto (guitarra) e SekoBass (baixo, batidas) compreendem a gênese do Baiana.
Vale comentar também que o disco tem produção de Daniel Ganjaman, agindo diretamente em alguns dos arranjos deste álbum, nas programações e teclados. E que BNegão é influência, colaborador e entusiasta.
Siba também participa e traz um pouco de Recife para o álbum em “Cigano”. Cássio Nobre toca viola machete em “Dia da caça”. Os metais ficaram com João Teoria no trompete, Mathias Herman Traut, no trombone e Marcelus Leone no saxofone. A percussão vigorosa e dinâmica mostra o melhor da Bahia com a ajuda de Ícaro Sá (Orquestra Rumpilezz), Japa System (egresso da Timbalada) e Márcio Vitor (vocalista e fundador do Psirico). Marcelo Galter (teclados) e Rowney Scott (saxofone) contribuem na faixa de abertura. Enfim, vamos parar por aqui senão ficamos até amanhã cedo listando os colaboradores desta “banda-coletivo-projeto”.
O mais importante é que o BaianaSystem agora nos coloca diante de todo o álbum e, após, uma única escutada, já vem a certeza que estará entre os melhores do ano. Vai por mim.
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