BIKE é o novo projeto de Julito Cavalcante, baixista do Macaco Bong, que acaba de lançar o álbum de estreia 1943, título em referência ao ano de criação do ácido, pelo químico suiço Albert Hoffman. O projeto é fruto das experiências de Julito com alucinógenos, também traz referências à cosmologia de Carl Sagan e às teorias dos Deuses Astronautas de Erich von Daniken. A sonoridade do disco remete a bandas como Pond, Greatful Dead, Walter Franco e Jards Macalé. “Ou pode ser um passeio entre o ‘Verão do Amor’, do Greatful Dead, e o obscuro psych britânico de ‘Piper at Gates Dawn’, do Pink Floyd”, explica Julito.
O álbum foi masterizado por Rob Grant, que já trabalhou com Tame Impala, Pond, Death Cab for Cutie e Melody’s Echo Chamber, no Poons Head Studio em Perth, na Austrália, a capital da psicodelia mundial, a nova São Francisco de 1968.
Em nossa primeira audição já é possível constatar que 1943 é um disco que não usa a psicodelia como palco para sua criação, 1943 é apenas psicodelia. O disco toca numa frequência chapada, ouvi-lo em um estado de plena consciência é equivalente a ver filme 3D sem o óculos.
A sensação de progressão cósmica caminha em harmonia junto com o dedilhado e acordes arrastados, o timbre empregado, as nuances de efeitos, como flanger, a caminhada rítmica sem turbulências e a voz indireta, ecoada como se surgida do inconsciente, como um convite para abrir as portas da percepção.
Não estou contando nenhuma novidade ao afirmar que a psicodelia nunca esteve longe da música, mas agora volta com força, e nesta cena, o BIKE senta no meio com sua pureza, não como alguns BIKEs lambidos e|ou feitos por químicos de zona, que só provocam um risinho estomacal de leve, encontrado por aí nas ruas. Mas como a gota pura, como o pó que Albert “acidentalmente” aspirou em um laboratório da Sandoz, no ido e tenebroso ano de 1943. Mesmo em meio à escuridão daquele tempo de guerra, em um laboratório fechado, um novo caleidoscópio de luzes vivas e brilhantes surgiam para a humanidade. Assim surge este disco, sem pretensão de ser revolucionário, mas com clareza e sucesso em seu objetivo de facilitador para encontrar aquilo que não vemos, e que mora em nosso inconsciente.
O álbum, que integra o catálogo do selo Honey Bomb Records e será apresentado em show na Neu Club (São Paulo), no dia 25/7. Haverá vendas do disco físico em CD no dia da apresentação.Além de Julito que executa guitarra e voz, a banda é formada por Diego Xavier (guitarra e voz), Gustavo Athayde (bateria e voz) e Hafa Bulleto (baixo e voz).
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