Mais uma prova de que as mulheres em 2015 estão tomando a frente da música. Depois de Torres, Courtney Barnett, Sharon Van Etten e outras tantas pérolas no ano, há uma voz suave e doce que acalma os ânimos dos corações mais tradicionalistas.
Natalie Prass, escreve suas canções desde pequena e na oitava série montou uma banda com o barbudão Matthew E. White, dono da Spacebomb, o qual produziu seu álbum. A história, com suas eternas voltas, cruzou os dois amigos novamente e em 2012 Natalie Prass finalizou seu disco de estreia. Porém, não foi lançado devido ao sucesso do seu boss Matthew E. White com o álbum Big Inner, que esperou o momento certo para lançar o debut. Muito sagaz a escolha, senhor White.
O disco vem com uma sonoridade muito bem definida, coeso do começo ao fim. Talvez devido a formação acadêmica musical da artista, que se destaca ainda mais na composição dos metais e das cordas que estendem um pano de fundo perfeito para a voz calma e doce, que lembram Stevie Nicks, Karen Carpenter e até mesmo Joni Mitchell. Comparações e inspirações que cruzam linhas na honestidade vocal e na emoção musical.
O álbum começa com “My Baby Don’t Understand Me“, uma balada folk que cresce ao longo da canção. Já, “Bird of Prey” chega com tudo pra ser a favorita do disco, com um orgão maroto martelando e se mesclando com um baixo presente e falsetes tão doces. “Your Fool” tem aquela áurea de final de filme dos anos 80, com os protagonistas fugindo em fade out. Chegando ao auge, a harpa dedilha sobre camadas de violinos dignos de Danny Elfman num filme de Tim Burton em “Christy“. “Why Don’t You Believe In Me” começa bem com a complexa entrada, mas se afunda em mágoas que só ficam mais intensas em “Violently“, a mais simples, lembra o que Tobias Jesso Jr. anda fazendo com o estilo sunny-piano, dando um toque atual para uma vertente que te faz sentir nos anos 20. Afinal, a vibe retrô é temática extrema, principal em “Never Over You“, pop à la Beatles na época Rubber Soul, juntando genialidade com batidas ritmadas e cativantes. Como se estivesse reprisando todo o conceito do disco, “Reprise” mergulha mais profundo num estilo cabaret com o spoken-word suave, porém tocante, que já prepara a cama para o final. “It Is You” só poderia ser o fechamento dessa obra-prima, com uma solução pouco esperada, mas totalmente coerente, no esquema desenho da Disney, que te faz criar ainda mais esperança na vida.
Com uma vibe retrô atual, sonoridade americana-folk, composições complexas pop e sua voz doce, Natalie Prass tem a faca e o queijo na mão para se tornar uma singer/songwritter à altura de grandes nomes. Sua presença no Brasil, durante o Popload Festival, se torna indispensável ao valorizar e mostrar música relevante de 2015.
Conheça e caia no charme da moça:
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